terça-feira, 17 de novembro de 2009

Vocês me convidaram a ter coragem de apostar em alguma construção de sentido ou sentidos, contrapondo ao vazio que me abate, em tantos momentos. Tomada de um fatalismo e sentimento de insignificância como agente de transformação, em minha eterna e angustiante busca de sentidos.
Nos padrões biológicos e comportamentais, na psiquê, em Deus, no destino, na arte, nos elétrons, prótons, átomos, moléculas, nas células e gens, procurava encontrar a essência ou essências que determinam os seres, a vida e a mim mesma.
Neste momento, sem saber direito o que sou (se uma mesa ou uma mulher), prefiro pensar nas relações que estabeleço com o espaço e os seres ao meu redor, nas minhas decisões e escolhas e no que elas implicam, no meu existir.
Estas três semanas me ajudaram imensamente neste processo de emancipação e aquisição de autonomia, ao conseguir descrever um espetáculo, por exemplo, outrora tão difícil. Foram dias muito felizes, para mim os mais felizes, nestes últimos tempos. Me sinto viva, não gosto de exageros, mas não encontro palavras para descrever o quanto foi importante estarmos juntos simplesmente ou não simplesmente brincando.
Sentirei saudades de habitar esses lugares imaginários que juntos criamos.
E agora? A redoma se quebrou. Posso sentir o vento. Abro os olhos, há um horizonte imenso e uma minúscula formiguinha caminhando sobre o meu corpo, estou aqui. Vejo pegadas na areia, estou no mundo.

Juliana Japiassú
Oi João, tudo bom?

Agradeço a oportunidade de participar do Ateliê de Criação, experimentando, criando, renovando e com certeza formando raízes, como um fio que se inicia e não tem um certo "fim", desenvolvendo possibilidade do novo olhar, de um olhar atento.
Abordagens construtivas, estimulando as percepções, sensações, dimensões, volume, espaço. Um viés do real, imaginário, concreto, sentido, percebido, olhado.
Importante experiência que recarrega, renova e contribui para o desenvolver artístico. Grata por tudo, e espero poder participar de outras visões, de outros corpos e tempos.

bjo grande, tudo de bom,

Priscilla

Exercício de escrita automática realizado dia 23/10/2009

Desabafo..

Hoje me sinto feliz!
Me apropriando do que realmente quero e mesmo cansada, me sinto renovada, feliz, fazendo o que sempre quiz..
Alimentando o desejo, o sonho,o meu sentir, meu eu, novo de novo, como Paulinho, como Moska, que voa, sobrevoa..
Prefiro as borboletas, seres alados, a lembrança da magia, magia da arte, que embebeda, cria, move,como sonhos que se dissipam e não morrem, eternizam, como o cheiro, com o cheiro...
A vontade de falar, de dizer o que quero e sinto, desejo..simplesmente faço: danço!
Ou não tão simplesmente assim, embora tente, retente, existe?
Retorne a tentar, a pensar, o que sou, como me sinto e estou, a presença do sentir,
A arte da Presença!

Por Priscilla Figueiroa

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O começo é aqui!




E chegou ao fim a primeira edição do Articulações –Corps en Temps em Recife, projeto pioneiro nas artes contemporâneas, promovendo a interdisciplinaridade e o encontro entre mundos.

Assumindo como eixos fundamentais e inseparáveis a Experimentação, a Criação e a Apresentação, Articulações incluiu o espetáculo “A Vida Enorme/épisode 1” de Emmanuelle Huynh, 3 semanas de oficinas de Técnica Feldenkrais, Improvisação, Composição e Cenografia com os professores Nuno Bizarro, Johann Maheut e João Costa Lima, e para encerrar coube a filósofa Isabelle Launay levantar questões.

Em sua conferência “De que a Dança Contemporânea é Contemporânea?” na Aliança Francesa, Isabelle expôs reflexões sobre o corpo político, a formação e o lugar da dança hoje, e como a produção da dança contemporânea responde ou interroga os diversos fatores da vida atual. Em seguida teve lugar um debate caloroso, uma questão puxando outra, as palavras indagando gestos, através de relações.

Com presença ativa de público em todas as suas ações, Articulações conclui seu ciclo com entusiasmo, consciente de que o lugar da Arte Contemporânea é dinâmico, crítico, plural, perto das pessoas, possibilitando o conhecer e o reconhecer do mundo através de experiências compartilhadas.

fotos de Val Lima